quinta-feira, 8 de julho de 2010

Artigo: Ensino Fundamental de Nove Anos: Adaptações no Currículo

Introdução

O ensino fundamental de nove anos foi regulamentada em 2006 Lei nº 11.274 pelo Presidente da Republica, segundo o Ministério da Educação (MEC) com esta alteração as crianças passaram um período maior dentro da escola e com isso uma maior oportunidade de aprendizagem e segundo dados do próprio ministério ao iniciar a vida escolar cedo as crianças tendem a terem resultados superiores aos demais.

Desta maneira as nomenclaturas e períodos escolares também se alteram, prosperando da seguinte maneira segundo o MEC. Etapa de ensino - Educação Infantil -Creche: Faixa etária - até 3 anos de idade - Pré-escola: Faixa etária - 4 e 5 anos de idade. Etapa de ensino - Ensino Fundamental de nove anos- até 14 anos de idade. Anos iniciais - Faixa etária de 6 a 10 anos de idade - duração 5 anos. Anos finais - Faixa etária de 11 a 14 anos de idade - duração 4 anos.

Contudo de acordo com Guimarães & Bibiano (2009) para que este novo ensino seja implantado é necessário realizar varias alterações dentro das escolas que serão essências para receber esta nova turma, desta maneira cabe aos professores cobrarem para que desta maneira seu trabalho seja bem executado não ficando a mercê de expectativas ou promessas quanto à mobília, materiais didáticos e pedagógicos, cursos de capacitação e ou adaptações no currículo, etc.

Este artigo ira destacar o tema do Ensino Fundamental de Nove Anos e a sua importância para o processo educativo, levando em consideração ainda as adaptações/alterações que tem que ser realizada dentro das escolas para receber este novo público, e o principal que esta recepção seja marcada com fins educacionais a superar as expectativas dos próprios alunos sobre. A escolha do tema ocorreu a partir das vivencias de estagio no ensino fundamental em que foi possível observar situações em que muitas vezes falta experiência dos profissionais, mas principalmente que os alunos estavam ainda se adaptando a este novo universo.

O objetivo do artigo é indagar alem do Ensino de Nove Anos, mas principalmente nas adaptações que terão que ser realizadas para receber estas crianças em sala de aula, principalmente no que diz respeito ao Currículo.

Teoria x Prática de Estagio

Para recebê-las ela necessita reorganizar sua estrutura, as formas de gestão, os ambientes, os espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as metodologias, os objetivos, o planejamento e a avaliação, para que desta maneira as crianças se sintam inseridas e acolhidas num ambiente prazeroso e propício a aprendizagem. (MEC, p: 21 2004)

Desta maneira de acordo com a citação vale ressaltar novamente a importância destas adaptações para o êxito do ensino fundamental de nove anos, e principalmente para que seja despertado nos alunos desde cedo o interesse pelo cotidiano na escola.

Alem das adaptações relacionadas à mobília, materiais pedagógicos e principalmente na transição do aluno da educação infantil para o fundamental, vale ressaltar a importância das alterações que serão realizadas dentro da matriz curricular do primeiro ano do ensino fundamental, e desta maneira de acordo com Guimarães & Bibiano (2009) é de onde esta o eixo da polemica no que diz respeito à alfabetização inicial.

A organização curricular no primeiro ano do ensino fundamental esta fundamentada segundo MEC (2004) e Guimarães & Bibiano (2009) no desenvolvimento pessoal e social da criança assim como na ampliação do universo cultural. No entanto as atividades exercidas dentro de sala de aula não devem ficar restrita a alfabetização dos alunos uma vez que estão em transição da educação infantil em que o lúdico, a brincadeira o faz de conta é muito explorado pelos educadores para o desenvolvimento dos alunos.

Na pratica de estagio nas séries iniciais (1°ano) foi possível observar que a professora da classe segundo informações da própria e pelas observações em sala de aula possui bastante preocupação no que diz respeito as atividades utilizadas, pois sempre tem a preocupação em saber se esta de acordo com a idade dos alunos.

Segundo informações da professora assim como os alunos receberam materiais elas também receberam uma cartilha de orientações do MEC com informações sobre o novo 1°ano, sobre o currículo, adaptações de espaço e também competências de habilidades. E isso foi possível observar em sala de aula, em que a professora desenvolvia com os alunos atividades lúdicas, experimentais, entretanto possuía muita preocupação no que diz respeito a alfabetização dos alunos, e segundo o próprio MEC em sua cartilha, a alfabetização deve ser iniciada no 1° ano e não finalizada no mesmo.

Com isso para trabalhar no Ensino Fundamental de Nove anos de acordo com experiências comentadas na Revista Escola (2009) da proposta curricular de Rio Branco, os educadores passaram por treinamentos em que foi deixado claro sobre a importância de permanecer utilizando o lúdico na sala de aula com instrumento facilitador para o desenvolvimento das crianças, com isso os alunos irão trabalhar sobre a prática tornando a sala de aula muito mais convidativa, desta maneira utilizar atividades como jogar; trabalhar com experiências; expressar a espiritualidade; brincar; pensar.

Afinal as estratégias de ensino são de autonomia do professor e isso deve ser bastante utilizada dentro da sala de aula assim como o currículo, pois é necessário proceder às adequações que melhor atendam as necessidades daquela instituição, para que medidas inoportunas possam ser interpretadas e transformem em indícios de fracasso escolar ou retrocesso, conforme previsto em Noronha (2007).

Por isso é de extrema importância o trabalho do professor como facilitador do processo de transição e de aprendizagem, mas principalmente como observador da sala de aula, já que este ira crescer juntamente com seus alunos e isso o possibilitara em ver sua evolução e também seus problemas de aprendizagem, e com isso realizar as devidas adaptações e observações acerca disso para que desta maneira independente da idade do aluno o processo de ensino aprendizagem não pode parar, mas sim se adaptar para que isso continue acontecendo com qualidade.

Considerações Finais

Apos as leituras realizadas e as experiências de estágio, no que diz respeito às observações realizadas dentro da sala do 1° ano do Ensino Fundamental de nove anos, um dos grandes problemas enfrentados é a quantidade de alunos para uma única professora. E isso claro acontece mesmo antes destas alterações, no entanto dentro da sala do 1° ano devido a idade dos alunos e levando em consideração que muitos não haviam freqüentado nenhum tipo de instituição escolar, eles ainda estão muito dependentes da professora mesmo porque ainda estão se adaptando a tantas responsabilidades, regras escolares etc.

Outro problema enfrentado devido a esta dependência é no que diz respeito aos conteúdos trabalhados, os alunos passam muito tempo sentados realizando tarefas escolares, atividade que não estão habituados e que infelizmente em sua maioria não utilizam o lúdico como idéia central apenas a alfabetização, como podemos perceber de acordo com MEC (2004) e Guimarães & Bibiano (2009) não é coerente.

Com isso é necessário oferecer mais informações, capacitações, diálogos para que o Ensino de Nove Anos, não se torne mais uma medida ineficaz na Educação, antes de realizar estas mudanças faz se necessário mudar os conceitos dentro da escola assim como estruturas para que as mudanças sejam complementares uma a outra, desta maneira o professor ao receber alunos com esta idade conseguira oferecer sua experiência pedagógica juntamente com a dinamicidade dos professores, pois podemos partir do pressuposto de que se trabalha melhor quando se esta segura do esta fazendo.


Bibliografia

MEC, Ampliação do Ensino Fundamental para nove anos: relatório do programa, Brasília, 2004.
NOVA ESCOLA, Guia do Ensino Fundamental de 9 anos, São Paulo, 2009.
GUIMARÃES, A. & BIBIANO, B. Prepare-se! Um novo aluno está chegando, Nova Escola, São Paulo, 2009.
NORONHA Maria I. A. Ensino Fundamental de nove anos, perguntas mais freqüentes e respostas da Secretaria da Educação Básica (SEB/MEC), Guarulhos , 2007.